sábado, 19 de março de 2011

ACTUALIDADE

O recente sismo no Japão e o consequente momento de terror que um Tsunami e um acidente que põe em causa a segurança de uma central nuclear centram as atenções de diferentes formas de produção de informação. A Fotografia é nesta altura um dos processos de retenção da memória que domina os acontecimentos. E, quem as publica tira daí os respectivos dividendos.

Uma foto ocupa km2 de impressão em papel, parece mesmo não haver outras. Um interessante debate surge então na relação directa com a profusão da repetida utilização da mesma foto.
"Petite rhétorique de l’image médiatique" por Audrey Leblanc,

http://culturevisuelle.org/clindeloeil/2011/03/18/petite-rhetorique-de-limage-mediatique/,  titula uma análise que não exaustiva sobre a questão. 

Diversas opiniões são apresentadas e em

http://www.strategies.fr/actualites/diaporamas/158313W/la-jeune-fille-et-la-mort.html mais uma pode servir de apoio a quem queira teorizar sobre a questão.





Perante o trajecto e a chegada desta fotografia aos leitores uma coisa me parece, ou há poucos fotógrafos e a agência tem o retorno que uma foto bem vendida proporciona. Ou os fotógrafos mexem-se pouco e acabam a olhar todos para a mesma coisa. Neste caso é mais fácil não enviar fotógrafos para o "milieu" das coisas. É mais fácil a venda a retalho e assim uma foto boa (?), porque nos apresenta um momento específico. Mas se até beijos foram encenados...
Reconheço a imensa capacidade de editores e responsáveis editoriais em utilizarem as imagens que mais naturalmente reflectem a intensidade do momento. E aí, desculpem mas numa primeira observação e até que me demonstrem o contrário, o fotógrafo orquestrou a situação. Quanto mais não seja o velho método. "Vai pr'ali." Nada a opor mas muito a desejar, para um discurso de dramatismo só faltou sujar o cobertor com um pouco de terra.

A fotografia está referenciada no lançamento


e tem esta apresentação no original

sexta-feira, 4 de março de 2011

The End of the Age of Photography

O percurso virtual é para mim uma viagem de sonho. Poder partir ao encontro de sítios, coisas e pensamentos e deles tirar ilações aprendendo a pensar a razão e o contraditório é a riqueza total. 
E donde a minha satisfação. Porque encontrei um "blog" a que me foi dado associar em pensamento.


Pois se o texto de que vos apresento a ligação, orienta muita da razão do meu pensamento fotográfico, razão de sobra para este prazer.
Tem por título "The End of the Age of Photography" e apresenta-se em três partes.
Gozem.


    António Campos Leal

A imagem híbrida : a síntese entre o universo fotográfico e o digital


Andre Luis Favilla


    António Campos Leal - entre o analógico

Titulando um trabalho de de Dissertação de Mestrado, da autoria de Andre Luis Favilla que vos proponho. 


Resumo: O presente trabalho tem como objetivo primeiro investigar o impacto das tecnologias informáticas sobre a imagem fotográfica. De um lado, acreditamos que a síntese entre a informação fotográfica e a digital defme novos modos de criação imagética, anteriormente inexistentes. De outro, entendemos que esta síntese altera profundamente a perspectiva de recepção destes signos visuais dentro da sociedade contemporânea. O esforço intelectual aqui materializado pretende circunscrever a problemática do signo híbrido além de cortes simplistas que, ora entendem que a imagem híbrida, ou fotografia digital, é um mero desdobramento tecnológico da imagem fotográfica; ora entendem que as novas tecnologias superam a imagem fotográfica, como se houvesse mesmo uma meta a ser atingida e, neste sentido, "a fotografia estaria morta". Sabemos da dificuldade em reduzir analiticamente o signo fotográfico vista a complexidade e amplitude de sua inserção na nossa cultura visual. A informação digital, acreditamos, adiciona complexidade à análise da imagem fotográfica; não podemos nem devemos simplificar o problema 

http://cutter.unicamp.br/document/?down=vtls000132157

    António Campos Leal - e o digital