domingo, 9 de junho de 2013

hoje escrevo eu_UM OLHAR SOBRE O HOJE NA FOTOGRAFIA

  No universo da Fotografia sempre existiu uma palavra que me incomodou "puristas" o que não invalida o facto de existir uma outra "Fotografia Contemporânea". Associada a ambas está  para mim, uma determinante, a valorização de um estilo, método, escola, da representação fotográfica.
  Ao surgir a facilidade de executar, com controlo de qualidade média/alta diferentes parâmetros técnicos, a Fotografia passa a estar ao alcance de uma massa que utiliza a Fotografia como bem entende e nisso nada de desagradável ou de menoridade quanto a resultados obtidos e os quais contrariam fortemente uma pretensão estética rígida. Por outro lado surge uma imensidade de defensores de novas expressões estéticas as quais muitas vezes estão meramente associadas à utilização de tecnologias do tratamento informático do material obtido digitalmente.
São variadas as propostas e não vou aqui enumerá-las. Interessa-me destacar é o facto de se tornarem moda. E os seus adeptos a transformarem em culto, e como qualquer culto o sentido de seita reduz a um conceito redutor quer a defesa quer o denegrir desses processos de criação de imagem.
 A utilização de um qualquer programa de tratamento digital da Imagem Fotográfica não tem para a maioria dos actuais fotógrafos nenhuma relação com a Fotografia realizada antes do aparecimento da Fotografia Digital. A maioria nunca praticou outro processo que não seja o Digital, por isso a sua relação com a Imagem Fotográfica é esvaziada do que anteriormente se designava de "Processo Fotográfico", a maioria apenas pretende registar o momento e aí sim estamos como sempre estivemos na raiz da Fotografia. O Registo como memória.
Quando esse registo passa pelo "tratamento digital" muitos são os parâmetros que se alteram, colorimétricos, contrastes, luminâncias, valores temporais, etc. Assim, tudo muda desde a representação temporal, a inexistência de um elemento que caracterize a época verá falseada a mesma perante um tratamento que "mude" a idade  da Fotografia. Alguns trabalhos muito "bonitos" e em que o sistema HD é pródigo, falseiam a própria luminância da Fotografia produzida. Com frequência, alguém mais habilitado, olha uma dessas fotos e dirá, "essa Luz é falsa", o que não invalida a avaliação positiva dessa fotografia quanto a variados aspectos estéticos.
Uma outra variante de designação do trabalho que alguns produtores  realizam é a chamada Fotografia Contemporânea. Dou por mim a pensar que se ela é de Hoje ela é contemporânea, assim tal designação não a poderei considerar estilo ou escola. Algumas vezes parece ser uma fuga, para trás, quanto a designações outrora utilizadas de forma pejorativa. Vive-se, e daí fotografa-se com demasiados preconceitos.  E por cá, neste jardim à beira-mar, os preconceitos aplicam uma redobrada intensidade. O meio é pequeno "todos" se conhecem, mas só alguns têm acesso à promoção em fazendo parte do grupo A ou B, não que os grupos tenham algo contra si, a não ser o facto de se olharem de lado e aos que não fazem parte do grupo. Discute-se mais a avaliação do personagem que o valor do trabalho produzido ou a sua coerência.

Em suma, o Portugal Queirosiano aplica-se bem à Fotografia.