quinta-feira, 29 de maio de 2014

Hoje Escrevo Eu


    É variada a proposta da Fotografia que encontramos ao alcance de um clique. Biliões de belas fotografias se apresentam perante o nosso olhar, muitas vezes de autores completamente desconhecidos. Aos milhões pululam na "rede" fazendo a delícia do olhar de muitos.
    Umas vezes é o exotismo do lugar registado, outras a personagem exótica de um qualquer ponto desta globalizada aldeia em que a Terra se tornou. Processos mentais repetidamente globalizados, trazem até nós repetidas representações de uma imagem globalizada. A simpatia por animais, selvagens ou não num mundo de antipatia entre humanos, domesticados por vezes e em que a representação dos afectos se vai tornando a vulgarização de referentes por demais conhecidos. O prazer libidinoso da representação narcisista do corpo. A amostragem de um poder na ponta de uma arma ou menos intensa mas por vezes não menos provocatória a sustentação desse poder nos cavalos de potência da veloz máquina que se conduz.
    Outros  há que reservam para representação velhos ícones de épocas já ultrapassadas. Ou mesmo a ruína das mesmas. E em que, símbolos de poderes caídos por terra, servem à representação de humanos anseios a que a fotografia de alguns dá alento, ou escava mais fundo para que enterrados e soterrados, não tenham a possibilidade de se elevarem.
    A realidade é muitas vezes apenas um esfumado na representação da fotografia actual. Mas não estaremos já perante uma realidade irrepresentável. Percorrendo o olhar sobre os milhares de fotografias que conseguimos absorver, para leitura da sua representação vemos diluída a possibilidade de interpretação das mesmas.
    A maioria dos executantes, por si só, passam de meros retentores de momentos não interpretados, para um produto acabado eivado de uma manipulação que esvazia a razão que serviu de matriz à sua opção. Sente-se cada vez mais a transposição do vazio vivido, para o vazio de conteúdo. Muitas vezes até por excesso dos elementos representados.
    A simplicidade de representação de trabalhos que recheados de significado, se perdem, entre a atracção que exerce sobre o observador, os trabalhos carregados de elementos observáveis e que provocam uma leitura tumultuosa do representado, são uma constante.
    Olhar não significa que se veja. E ver não é obrigatoriamente um caminho para o pensar. A Fotografia surge no caminho do autor como uma forma tão complexa quanto ao conteúdo quer quanto ao destino da Obra. Do viajante, ao mero momento de convívio talvez nada tenha mudado, a não ser a facilidade de registo. O que para mim é razão forte para entender que o vazio de pensamento entre as opções actuais aparecem demasiado coladas ao trabalho realizado.
    A Fotografia como produto de consumo escapou por entre os dedos a uma élite que julgava dominar o processo e, entretanto, uns quantos acreditaram que se tinha dado a democratização do processo. Não, a Fotografia não se democratizou, apenas se tornou implicitamente um produto de consumo. E, como qualquer produto de consumo não se tornou um produto de excelência.
    A democratização do pensamento e do elemento cultural seria razão suficiente para sustentar a democratização da Fotografia. Assim apenas podemos afirmar que a Fotografia tem aberto a porta para a homogeneização do estar de uma sociedade que tende para a imitação dos comportamentos. Começando por se imitar entre si na Fotografia que produz e anulando por completo a ideia que abriu o texto.

29052014
António Campos Leal 


terça-feira, 27 de maio de 2014

MUERTE DE LA FOTOGRAFÍA REFERENCIAL

MUERTE DE LA FOTOGRAFÍA REFERENCIAL:

DE LA IMAGEN FOTOGRÁFICA COMO REPRESENTACIÓN A LA IMAGEN FOTOGRÁFICA COMO HERRAMIENTA DISCURSIVA

Mª Victoria Legido García





Um trabalho de extensa explanação em que posições de diversos teóricos da análise semiótica em torno da Fotografia. Vastas opiniões são apresentadas pela autora no decorrer da sua tese de doutoramento.

Um trabalho que proponho para leitura dois mais interessados.

http://biblioteca.ucm.es/tesis/bba/ucm-t24881.pdf