sábado, 22 de setembro de 2018

Hoje Escrevo Eu


Estranha coincidência.
Esta semana duas questões relativas à Obra Fotográfica me chamam a atenção. A questão Serralves/ Mapplethorpe que por certo vai ter uma intensa busca de curiosos para lá dos amantes de Fotografia e os "queixumes" que alguém expressou pelo FACE, quanto ao desinteresse por duas exposições de Fotografia, vazias de observadores no momento da sua abertura ao público. É este assunto que me interessa aflorar.
Entendo que os responsáveis estariam alertados para o facto de Agosto ser um péssimo mês para abertura de uma qualquer exposição de Fotografia no que ao Grande Porto diz respeito.
Passemos agora ao nosso olhar sobre o consumidor do "objecto" fotográfico. Ver muitas fotografias no FACE e emitir um qualquer comentário ou apor uma qualquer forma simbólica que expresse o estado de espírito que uma fotografia provoca, não significa que exista um grande público para ver exposições de Fotografia.
Ir a uma Galeria que expõe Fotografia está muito mais ligado à amostragem de si mesmo que ao olhar sobre a obra do outro. Se antes tal já acontecia, hoje a questão do olhar sobre produção alheia, é ainda mais, desconfortante para quem se basta pela panaceia as redes sociais.
O detentor de uma câmara fotográfica, pode mesmo conceber uma agradável representação que perpassou pelo seu olhar, mas faltará muitas vezes a capacidade de olhar e desconstruir o discurso produzido por um autor. Assim e por isso, não vai correr o risco de olhar ou enfrentar, obra de terceiros, que o faça colocar-se perante a interrogação. E eu, o que faço aqui? O sentimento de lamento, de quem equacionava a falta de interesse pela abertura de duas exposições é legitimo. Mas alerto-me a mim pessoalmente para o facto de a maioria dos que praticam o exercício do disparo com uma câmara fotográfica, não visita exposições. Muitas vezes nem os alunos de Cursos de Fotografia. E, muitas são as vezes que as caras que se cruzam sistematicamente num lugar apenas e só aí se vêem/mostram. Acrescento que muitas vezes a divulgação é ineficiente. Não chega só criar um evento no FACE pois muitas são os que aderem ao evento e não aparecem, por aquela ou outra razão. Uma outra realidade para a falta de interesse pelas exposições, está associada à falta de discussão critica do trabalho produzido. Impõem-se activar a discussão em torno da actividade fotográfica e do discurso de cada autor. Sem isso não haverá nada para além dos nomes dominantes e movimentando-se entre colunas de sustentação já conhecida e as habituais colagens "facebookianas" .
Mas isto sou eu a pensar. E tenho a certeza que muitos não acharão graça nenhuma ao que escrevi. . Paciência.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

La photographie d’architecture, un art de la traduction ?

Por 
Julie Noirot


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Résumé de l'article


L’objectif de cet article est de proposer un déplacement des problématiques issues de la traductologie dans un domaine très éloigné qui est celui de l’histoire de l’art, et de la photographie d’architecture en particulier. La plupart des photographes spécialisés dans ce domaine comparent leur pratique à une forme de traduction. Pour autant, la confrontation entre ces deux disciplines ne semble pas aller de soi, et requiert pour être opérante un travail de définition préalable et une réflexion autour de ses enjeux. Il ne s’agira pas d’assimiler ou de confondre ces deux domaines spécifiques en niant leurs différences, mais plutôt d’ouvrir un espace de questionnement transversal en les interrogeant de manière dialectique. Nous mesurerons ainsi en quoi certains concepts, certaines notions, voire certaines méthodes traductologiques peuvent s’appliquer à cette discipline et permettent de la comprendre sous un angle inédit. Nous montrerons comment le couple conceptuel « sourciers / ciblistes » permet de nuancer la dichotomie traditionnelle entre « photographie créative » et « photographie documentaire », puis dans quelle mesure la notion de « défectivité traductive » confrontée à celle de « perte d’aura » photographique conduit à interroger le statut du photographeinterprète.  


   


    Véra Cardot et Pierre Joly, Haute Cour de justice, Chandigarh (Inde), 1972