segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Penso, logo existo

"Este workshop pretende demonstrar os princípios básicos da fotografia, que, ao contrário do que se pensa, têm alguns séculos de idade. Durante o workshop serão construídas as câmaras com simples caixas de cartão ou metal, e tinta, e as fotografias com elas tiradas serão reveladas num laboratório tradicional. As restrições deste tipo de fotografia transformam-se, com a experimentação, em infinitas possibilidades e os resultados são quase sempre surpreendentes."
in divulgação de "workshop" dedicado à fotografia "pinhole"

Pois é, para algumas mentes a fotografia tem alguns séculos. Na ânsia de atropelar conhecimentos ou ignorância confundem o conhecimento ou melhor dizendo "a busca do conhecimento" do que à luz diz respeito, com a fotografia. Em seguida surgem "workshops" "atlieres" "oficinas" em orientadores avalizados desorientam o conhecimento dos que afinal pagam o direito a aprender. Qualquer um dá início a uma actividade para que se julga habilitado e busca mais uns cobres no engodo dos incautos. Todo o mundo é hoje orientador e formador de fotógrafos, mas, hoje todos são fotógrafos. Hoje qualquer um pega na sua máquina digital último modelo e fotografa, fotografa, fotografa e tantas fotografias e todas tão boas. Quanto a pensar tal não vale a pena. Num momento em que pensar caminha para ser desnecessário e quiçá perigoso poderá ler-se em qualquer sítio da rede que fulano ou cicrano, fotógrafo iniciado recentemente tem no seu acervo a bonita soma de 20 000 (sim vinte mil fotografias) donde poderei concluir que a 9 frames/seg terá gasto pouco mais de 37 minutos da sua vida para tanto trabalho. Pois se não foi necessário pensar.

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