sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Fotografia por celular: questionando novas práticas e dinâmicas de comunicação

Pois é, quando alguns anos atrás com ar um pouco lacónico, a alguns elementos de uma antiga instituição de prática e ensino da Fotografia eu dizia " bem, há mais inscrições nos cursos de fotografia para aprenderem a fotografar... com o telemóvel. Riram-se, eu também.
Mas, bem vistas as coisas, o telemóvel é bem mais responsável que qualquer marca ou proposta de câmara fotográfica para a democratização da fotografia. Ao lado de Karla Schuch Brunet quanto ao peso que os telemóveis com câmara tiveram na sua relação com a câmara criada por George Eastman.

O telemóvel pode até, ser responsável por uma certa mediocratização da mesma, mas aí, outros factores merecem interesse e observação para um melhor entendimento do facto.
Por mediocratização entenda-se, democratização da mediocridade. Assumo a criação e utilização da expressão.

Karla Schuch Brunet, da Facom/Universidade Federal da Bahia através de de uma interessante dissertação faz-nos percorrer o quão instantâneo quanto efémero percurso que à fotografia obtida com telemóvel, é dado.


"A fotografia por celular tornou-se a foto do momento, de guardar uma experiência passada e revivê-la segundos depois. O passado na fotografia por celular é instantâneo e esticado por alguns segundos mais. Diferente um pouco de passado na fotografia tradicional atribuído por Roland Barthes (1984). Aquelas eram fotos de um passado longínquo, extinguido pela distância e tempo, funcionavam como uma prova de que algo existiu. Esta instantaneidade do tempo passado pode ser exemplificada pela expressão usada por Rob Shields (2007), em seu texto “Mobile Phone Imaging as Gesture and Momento”9: “Look! Its us 5 seconds ago!”10." in Fotografia por celular: questionando novas práticas e dinâmicas de comunicação

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