sábado, 29 de julho de 2023

Imagem do Tempo:

Os Espelhos na Arte Contemporânea

Marta Alexandra Toscano


Síntese 

O objectivo deste trabalho é explorar o tema do espelho na arte contemporânea, e relacionar as obras analisadas com a dimensão tempo. A ideia-chave que decidimos perseguir é simples: o espelho visto como um poderoso artifício, o que em última instância trará acoplado a própria «artificialidade» do conceito identidade. Exploraremos o mito de Perseu, o espelho grego e o espelho barroco — âncoras fundamentais; tentaremos assinalar a passagem de uma época especular «dual» para uma época pós-especular, onde tudo se parece fundir. A problemática do duplo, mesmo assim, vem ao nosso encontro – e nós temos medo. Por fim, reflectimos sobre o tema do espelho na arte, onde para cada par de artistas escolhido fizemos corresponder uma determinada «ideia» de tempo. Conheceremos espelhos que evocam um perigo eminente, espelhos infinitos, espelhos glaciares, espelhos-viajantes, espelhos «controladores»... Sintetizando: são obras que têm, algures, um espelho, que fogem da autorepresentação, que são impessoais, ardilosas, e que se relacionam de forma peculiar com o tempo. De certa forma, o espelho pode ser considerado como o mais «impossível» (e fascinante) dos objectos: máquina que tudo vê, mas que nunca se deixa ver. E o que é que acontece quando prevalece a inoperatividade, a falência ou a simples recusa da máquina em «ver»? A rigidez dos segundos, minutos e horas são esquecidos. Cronos deixa, apenas por breves instantes, de devorar cruelmente os filhos.  


https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/11255/1/ulsd068038_td_Marta_Toscano.pdf

Sem comentários: